segunda-feira, 1 de abril de 2013

Seguuura Peãooo

Tem coisas que só acontecem comigo.
Estava num bar da Praça Vilaboim com um amigo meu e como sempre cerveja vai, cerveja vem, ir no banheiro nessas horas é algo inevitável.
Eu não sou muito fã de tecnologia, mas hoje está tudo de modernizando "para melhor".
Desde o pedido, que hoje é normal em vários bares, onde o garçom não tem mais aquele bloquinho de pedido, ele vem com uma maquineta e com uma caneta que nem tinta tem, anota o que queremos e o pedido vai direto para a cozinha, chique demais, até a tecnologia dentro dos banheiros, ai o bicho pega.
E neste bar específico eu não entro mais, ou melhor, não mijo mais.
Após algumasss cervejas, e como todos sabem, quando temos vontade de ir no banheiro depois de uma par de breja, o mijo é como comercial de filme da Globo na madrugada, o primeiro demora pra vir, mas quando vem depois é um atrás do outro. Ai fui no "toilette", toilete nada, vou no banheiro mesmo.
Primeiro sinal de evolução tecnológica no banheiro: a parta se abre sozinha, ao chegarmos perto. Ai a luz que tava apagada se acende automaticamente, que maravilha, será que Thomas Edson sabia que seu invento iria funcionar automaticamente num banheiro?
Mas me senti no aeroporto, só faltou a voz de fundo daquela mulher de telesexo: "senhores tomadores de cerveja, o próximo mictório estará disponível em 3 saculejadas do rapaz da frente, em caso de respingos dirija-se à torneira mais próxima e boa mijada".
Ai eu que sempre lavo a mão antes do ato em si fico procurando a torneira. Ou melhor, a torneira eu achei, só não sabia como abri-la.
- É no sensor - disse um moleque de 8 anos de idade.
Sensor do que? Do que ele está falando?
Ah, o sensor, pequenos orifícios logo abaixo do bocal da torneira que ao você conseguir colocar suas mão no exato local  que alguém estipulou mas não deixou um mapa para isso, a água milagrosamente aparece.
Fantástico, se eu não tivesse a péssima mania de lavar o rosto.
Porque já foi outro parto para eu achar o local exato do sensor do pote de sabão líquido. Ai coloquei um pouco do sabão, achei via GPS o local onde eu tinha que colocar as mãos para sair a água e pronto, fiz a cagada de lavar o rosto. Porque com os olhos fechados quem disse que eu conseguia por a mão de volta no mesmo lugar?
Pensei então: SOU UM GÊNIO, vou até a parede, pego um papel, limpo o rosto, volto na torneira e termino o serviço. Que papel?? QUE PAPEL? Quem foi o estúpido que achou que poderia tirar o papel do banheiro e por uma máquina de fabricar vento?
Como pelamordedeus o cara acha que vou lavar o rosto?
Limpei os olhos na camiseta, achei a porcaria do sensor com a camiseta toda melada, lavei o rosto, as mãos e fui secar as MÃOS, porque o rosto eu sequei na camiseta, que esqueci que tava com um pouco se sabão ainda e melei todo o rosto de novo, ai lavei de novo o rosto e sequei as mãos, de novo, e foda-se o rosto, vai ficar molhado mesmo, azar, quem mandou eu entrar no banheiro sem uma bula ou manual de instrução.
Só que neste momento eu já não estava mais aguentando de vontade de ir no banheiro, a sorte é que não havia entrado ninguém depois que o moleque saiu.
No banheiro, como todos sabem (as mulheres se não souberem perguntem aos seus amigos, maridos ou namorados), tem vários mictórios, eu tenho o costume de sempre ir no ultimo.
Não gosto da "casinha", porque sempre que saio da a impressão que alguém me olha e pensa "hummm, tava cagando hein?" E pego o ultimo porque se um inconveniente vier mijar do meu lado eu só tenho que aturar um, se eu pego o mictório do meio e vem 2 gordões mijar do meu lado sou esmagado com o bilau na mão e não é desse jeito que eu gostaria de passar meus últimos minutos de vida.
Abri o ziper, comecei o serviço e pombas, mijei muuuuuuuuuuuuuuuuuito, mijei tanto que a luz automática apagou. A porra do sensor estava direcionado para a porta e não para que mija. E nessa hora é automático que, por força dos músculos penianos, a urina cesse.
E a luz já era. Cade  Thomas Edson essas horas?
Como vocês podem imagina a cena, eu estava de pé, com o bichinho na mão, e tudo escuro, um breu, eu não via nada, nada, nada, nada.
Por instinto de sobrevivência levantei minha mão esquerda.
E nada, a luz não se acendeu. Nesse instante não me senti mais no aeroporto e me senti no roll do elevador do meu apartamento, que sempre apaga a luz porque até o elevador sair do 13º andar até o 4º, onde moro, a luz se apaga. Os caras que controlam o temporizador dessas luzes deve ter uma paciência dos quintos dos infernos, porque nunca vi apagar tudo tão rápido
Ai imaginei o que eu faço quando a luz do roll apaga, eu mexo as mãos, mas como no meu apartamento isso não funciona, e também não funcionou no banheiro, eu me mexo, algo natural, o sensor é de MOVIMENTO, vamos nos mexer.
Portanto eu estava com a mão no dito cujo, a outra levantada e eu me mexi, tipo, aquela rebolada básica, e.. e... NADA.
Nem sinal de luz no fim do túnel.
Só me restava mais uma coisas, dar uns passos para trás, tentar chegar mais perto da porta já que quanto eu entrei a bagaça funcionou perfeitamente.
E foi o que eu fiz, com a mão pra cima, me mexendo fui dando uns passos para trás até que a luz se acendesse, devagar, um passinho pra trás, nada ainda, mais um passinho, nada, até que OBAAAA, a Luz se acendeu.
Fiquei tão feliz, coisa boba eu sei, mas ver a luz e poder terminar de mijar me deu uma alegria tão grande que eu abri um sorriso enorme, até descobrir que quem havia acionado o sensor foi um senhor que entrou no banheiro naquele exato momento e me pegou de pau pra fora, com uma mão "nele", outra pra cima, quase que rebolando e ainda com um sorriso na cara.
Eu não tinha o que explicar.
Olhei pro cara e disse:
-Pau nervoso o meu, nossa, difícil de domar. Nunca vi
O senhor sem entender nada olhou diretamente para o "menino", claro, por puro instinto de curiosidade, arregalou os olhos e soltou:
- Se eu tivesse um que me desse metade desse trabalho todo eu seria o cara mais feliz do mundo.

Eu coloquei o brinquedo para dentro da calça do jeito que tava, não quis nem lavar as mãos porque já sabia que ia me dar mal de novo, Sai, fui mijar na primeira árvore que tinha na rua e entrei em qualquer boteco para lar as mãos, naquele banheiro de boteco que a porta não fecha, que o sabão é uma mistura de vários sabonetes grudados, que o papel parece uma lixa e que a torneira fica gotejando e tem aquele vazamento que molha o tênis todo?
Foi nesse que fui e ai sim me senti feliz da vida, até ter que voltar para o bar que eu tava e passar pelo senhor, que a essa altura já estava na mesa contando pra todo mundo que havia passado e apontando pra mim como se eu fosse o ultimo peão de banheiro da face da terra.

Comi o que eu havia me proposto a comer, bebi bem menos, porque eu já sabia que o segundo mijo era iminente, e o constrangedor foi perceber que devido à tudo que tinha acontecido, ficou uma marca de urina na calça que naquele bar eu não poderia secar porque nem papel no banheiro tinha.

Fui embora e fica a dica, se você for no banheiro, a porta abrir sozinha, e a luz se acender automaticamente, vire as costas e vá embora.










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