terça-feira, 22 de outubro de 2013

COISAS QUE SÓ ACONTECEM COMIGO

DEU MERDA

  Essa é outra daquelas histórias clássicas que só acontecem comigo.
  Eu trabalhava com eventos e churrascos e de vez em quando ia conhecer alguns sítios para organizar as festas.
   Num determinado dia eu havia marcado para conhecer um sitio perto da Serra da Cantareira, num fim de tarde e como eu já havia ficado fora o dia todo, resolvi parar para comer algo num boteco. Estava eu e minha namorada na época. Comi aquelas coxinhas do tipo comeu-morreu, um suco e só.
   Perto do local começou a me dar aquele revertério, como se a comida fosse igual àquelas motos no globo da morte sabe, girando para tudo quanto é lado.
   Minha ideia era simples, eu chegaria rapidamente no local, cumprimentaria o dono, perguntaria se havia um toalete, e pronto, resolvido o problema, conheceria o sitio e iria embora sem deixar rastros.
    Quando lá eu cheguei, havia um portão com um interfone e dava para ver uma rampa de uns 200 metros mais ou menos, e o sitio ficava ali em cima, no morro.
    Parei o carro, pedi para minha namorada ficar esperando, desci e toquei a campainha. Nesse momento eu já estava suando frio, a bosta queria descer de qualquer maneira e não queria mais esperar, e eu, naquele conhecido jogo de pernas, travava uma briga épica com meus intestino, que insistia em dar cabo daquele ser lodoso. E eu no trava coxa.
  Toquei o interfone:
   - Pois não?
   - Ola, sou o Alexandre, vim ver o sitio conforme combinamos.
   Neste momento imaginei que ele abriria o portão, eu entraria no carro e subiria até lá, e faria conforme eu havia imaginado.
  - O senhor pode deixar o carro ai embaixo em subir pela escadaria por favor.
  E o benedito me abre uma portinha lateral. Meu mundo caiu, eu não chegaria até lá em cima
  Até esqueci de chamar minha namorada e com passos firmes mas curtos, bem curtos, comecei a subir a rampa. Não fui pelos degraus com medo da passada ser muito larga e eu estragar tudo no caminho.
 No meio da rampa algo aconteceu, acredito que ao subir a gravidade do meu corpo se alterou ou a bosta que estava me incomodando deve ter algum medo de altura, porque ela não quis subir comigo não.
  Não consegui pensar em mais nada, sai correndo para baixo e por se tratar de um sitio, havia várias pequenas trilhas ao redor. Minha namorada que neste momento tinha saído do carro porque ela nem sabia onde eu tinha ido me viu correndo e passei por ela numa velocidade que nem sei se ela teve tempo de ver que minha face uma hora dessas parecia um Alien daqueles filmes de terror.
  Entrei no mato e na primeira clareira que achei, arriei as calças e fiz o serviço ali mesmo. Mas calma, poderia ter parado ai a história, MAS NÃO PAROU.
  A dor era tanta, mas tanta que um montinho só não resolveu o problema.
  Imaginem a cena (ou não, melhor não imaginar). Eu agachado, com a bunda de fora, evacuando no local e o montinho crescendo, ai tive que dar um passo para a frente e começar um novo monte porque a bosta já estava quase encostando na minha bunda.
  Nesse deslocamento começo a escutar vozes.. Eram doendes da floresta? Gnomos? Fadas encantadas? NÃO, eram adolescentes com cadernos na mão, provavelmente saindo de algum colégio fantasma só para me azucrinar. Sim, porque onde já se viu, no meio do mato, aparecer alguém bem na hora que to cagando?
   Pois apareceu. Enquanto eu estava lá, eu e meus montinhos, a molecada estava numa trilha vindo em minha direção. O medo tomou conta do meu ser. Imaginei o que seria de mim se um pirralho daquele me visse. 
  Não consegui nem pensar e comecei a dar alguns passos para trás, mais agachado ainda para poder me livrar da que seria a desgraça da minha vida.
  Fiz uma pequena curva para me esconder num arbusto que havia lá e com as folhas escondi meu rosto e comecei a rezar orações que eu nem sabia que sabia.
 Eram em torno de uns 15 jovens, todos passaram e eu fiquei la, imóvel, intacto, sem respirar e FUNCIONOU, passei totalmente desapercebido como o Silvester Stalone se escondia no famoso Rambo.
   Peguei umas folhas que havia na região para resolver parcialmente o problema e daria um jeito de me limpar corretamente em outro momento, mas neste instante pensei "sou um gênio", já que me livrei daquele iminente vexame.
  Eu me senti um gênio até ver a merda que eu fiz, ou melhor, que eu arrastei. Sim, arrastei, porque ao dar os passos para trás, minha calça que estava arriada fez o favor de arrastar os dois montinhos de bosta para dentro da cueca, mas o pior é que eu não vi isso, já que estava bem escuro nesse momento, eu apenas senti isso..
  Senti porque ao levantar as calças senti aquele melaço encostando nas minhas mal cheirosas nádegas e percebi algo morno escorrendo pelas minhas pernas. Baixei as calças novamente e tentei tirar o máximo que eu conseguia para não ter que levar todo o material comigo.
  Acho que o ato todo levo em torno de uns 10 minutos, desde minha corrida até minha desgraça.
  Coloquei a meia por cima da calça evitando deixar rastros pela região, e ao sair do mato vi minha namorada me olhando com uma cara de poucos amigos, já que a mesma estava ali todo aquele tempo sem saber o que estava ao certo acontecendo. E eu nem tinha coragem de contar o que havia se passado na maledeta moita.
  Falei para ela entrar no carro, eu não tinha nem coragem de voltar a tocar a campainha para ver o sitio, entrei no carro e falei:
  - Vamos embora, depois explico para ele o que aconteceu - me referindo ao dono do sitio.
   Ela disse:
  - Acho que não vai precisar.
  - Como assim? Não entendi sua observação.
   - É que não sei o que te aconteceu mas tentei chegar até o mato para te chamar, fiquei com medo de entrar la e ao voltar percebi que dava para ver o rapaz, já que a casa dele é bem no alto e deu para vê-lo por cima do portão, e do jeito que ele ria, acho que ele deve ter visto tudo o que aconteceu.
   Era verdade, o sitio ficava no alto e de onde ele estava ele conseguiu ver toda a cena. Eu não sabia se chorava, se ria, se ficava puto, mas resolvi sair de la o mais rápido possível, foi quando minha namorada olha pra mim e diz? 
  - Que cheiro é esse?
  - Eu olho pra ela e conto o que aconteceu, ai ela quase caga nas calças de tanto rir, e o cheiro realmente estava insuportável, deixamos as janelas abertas e o ar condicionado no último.
  Pior é que a cada farol que parávamos o carro do lado nos olhava para nós "não sei porque", e eu disfarçando olhava com a mesma cara de nojo pra ele, como se o cheiro estivesse no ar. Nessa hora o estômago já estava embrulhando de novo, e foi um outro sacrifício chegar em casa.
  Cheguei, tirei a camisa e o tênis e entrei com calça e tudo no banho, e finalmente consegui tirar o "peso" que me incomodava.
  Moral da história: Em caso de diarreia inesperada, não ande pra trás, siga em frente.

Essas e outras histórias você encontra na sessão ao lado COISAS QUE SÓ ACONTECEM COMIGO.
Aproveitem e prestigiem as demais sessões.. e compartilha ai pô, preciso de mais leitores, rs


  
   

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